segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Milagre do Amor - Miranda Lee

O Milagre do Amor
Segredos comprometedores, desejos proibidos, descobertas escandalosas...
Luxúria. Era apenas isso o que o casamento de Nicole significara? Sua relação estava por um fio, mas o amor de Nicole por Nathan permanecia intacto, e ela lutaria para reconquistá-lo! Porém, Nathan recusava-se a aceitar que existisse algo entre eles que não fosse atração sexual, e Nicole sabia que o marido tinha um coração de pedra, provavelmente fruto de traumáticas experiências do passado. Ela esperava por um milagre, e era a única coisa que poderia fazer, agora que suspeitava estar carregando dentro de si um filho de seu tumultuado casamento com Nathan.
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CAPITULO I

As premières das peças de Nathan Whitmore tinham se transformado num dos acontecimentos mais importantes de Sídnei, capital da Austrália. Não era raro encontrar nelas o Primeiro-Ministro e outras personalidades, sem mencionar o grande número de socialites e celebridades do mundo artístico.
Nicole observava sem grande interesse os rostos fa¬mosos que passavam pelos corredores do foyer. A fama não lhe interessava muito. Houvera um tempo, não muito distante, em que seria capaz de reconhecer aque¬les rostos. Mas isso ficara no passado.
— Sorria, sra. Whitmore — um dos fotógrafos pediu a ela. — E você também, srta. Campbell.
— Sorria, Nicole — Celeste murmurou, num fio de voz. — Isso foi idéia sua, lembra? Eu lhe avisei para não vir, mas, agora que está aqui, deve suportar tudo.
Ambas sorriram e Nicole imaginou como o fotógrafo reagiria se soubesse que não estava retratando apenas a srta. Celeste Campbell e a sra. Nathan Whitmore, mas mãe e filha.
Não havia dúvida de que um rebuliço se armaria no circuito social de Sídnei se viesse a público o fato de que o sogro de Nicole, Byron Whitmore, era na verdade seu pai biológico.
O caso entre a glamourosa cabeça do clã dos Camp¬bell e o belo chefe da família Whitmore fora um dos principais mexericos, anos antes. Um caso que termi¬nara de forma amarga. Apesar disso, ninguém repa¬rara no sumiço temporário de Celeste, que se afastara para dar à luz a Nicole. Sem falar nas circunstâncias estranhas que tinham cercado a vida da menina, le¬vada ainda criança por um homem que dizia ser seu pai, até descobrir a verdade e retornar à família, vinte anos depois.
Fazia apenas três dias que ela soubera de tudo e ainda estava aturdida com a forma amorosa e receptiva com a qual os pais haviam-na recebido. Eram extraor¬dinários, na opinião dela. Não eram santos, claro, mas tratava-se de um casal adorável, disposto a tudo pela filha, desaparecida tanto tempo antes. A notícia de que os dois finalmente iriam se casar deixara Nicole ainda mais feliz.
Já o seu próprio casamento era outro assunto...
Ela sentiu o estômago revirar. Seu plano para atrair Nathan de volta parecera bom enquanto era apenas teoria. Na prática, porém, era perigoso e exigia muito sangue-frio. Mas de que outra alternativa ela dispu¬nha? Amava Nathan mais do que tudo e estava certa de que ele também a amava, apesar do que acontecera no passado. Não podia deixar que o destino e um amon¬toado de desentendimentos acabassem com seu casa¬mento. Principalmente agora, quando desconfiava de uma provável gravidez.
— O que pode estar detendo Byron por tanto tempo? — Nicole perguntou, preocupada, quando o fotógrafo se afastou. — Espero que não esteja armando uma reconciliação para mim e Nathan. Implorei para que ele não servisse de mediador.
— Por favor, Nicole, confie mais na inteligência de seu pai. Byron sabe que a influência que exerce sobre Nathan não seria útil nesse momento. Nathan ficou muito decepcionado por saber que Byron teve um caso comigo enquanto estava casado. Então, quando desçobriu que iríamos realmente nos casar... Bem, encarou-o como se quisesse matá-lo.
Nicole suspirou.
— Pobre Byron! Ele merece mais do que isso de Nathan.
— Sim, merece. Francamente, não consigo entender por que você ainda o ama. Mentir sobre minha iden¬tidade já foi terrível, mas quando penso em como ele... ele...
— Você prometeu não falar sobre isso outra vez — Nicole interrompeu rapidamente. — Sabe que Nathan não estava raciocinando direito quando fez aquilo. Se eu pude perdoar e esquecer, por que não faz o mesmo?
— Sinto muito, mas não posso tolerar que um ho¬mem seja violento com uma mulher, não importa quais sejam os motivos. Mas, se prefere, não vou mais men¬cionar o assunto. É sua vida, e posso ver que está determinada a salvar seu casamento.
— E você prometeu me ajudar no que pudesse.
— Sá Deus sabe por quê! — Celeste resmungou. Estendendo a mão, Nicole tocou o pulso da mãe.
— Por que você me ama? — indagou suavemente. Atordoada, Celeste sentiu as lágrimas turvarem-lhe
a visão e segurou as mãos da filha antes de recuperar a voz para falar:
— Acho que terei que confiar em sua palavra sobre Nathan, apesar de achá-lo o homem mais frio e cínico que já conheci.
— Lenore concorda comigo — Nicole argumentou em voz baixa. — E foi casada com ele por doze anos.
— Pois é... — Celeste suspirou. — Apesar das falhas que tem, ele sabe como inspirar lealdade nas esposas.
— Mas só teve duas! — Nicole protestou.
— Tanto faz. Mas, caso se divorcie de você, como está prometendo, vai deixar o caminho livre para a terceira vítima.
— Nós não vamos nos divorciar — Nicole declarou, erguendo o queixo. — E não haverá nenhuma terceira esposa.
— Oh... é mesmo? E como pretende fazê-lo mudar de idéia?
— Usando todos os meios que estiverem à minha disposição.
— Sei, sei... — Celeste encarou a filha com um brilho sarcástico no olhar. — Tentei imaginar por que motivo você poderia ter vindo até aqui hoje, e agora entendo. Não está interessada na peça, mas na festa que haverá depois, não é?
Nicole sentiu que seu rosto corava violentamente, mas tentou se controlar. Não queria que o embaraço pudesse prejudicar seu plano. Afinal de contas, Nathan ainda era seu marido!
— Quero apenas falar com ele — mentiu. — Não posso deixar tudo acontecer sem ao menos falar com ele, não é?
— Pessoas que brincam com fogo geralmente aca¬bam queimadas — Celeste advertiu suavemente. — E digo isso por experiência própria.
— Mas você acabou ficando com o homem que amava — Nicole observou. — E eu pretendo fazer o mesmo.
Celeste encarou a filha com ar surpreso, notando o tom determinado das palavras. Bem, ela saíra igual aos pais, que nunca desistiam de nada. Quase sentiu pena de Nathan naquele momento.
— Ah... Byron está chegando — observou sorrindo,
abraçando o futuro marido em seguida. — Pensamos que estivesse perdido, querido. Como andam as coisas nas coxias?
— Todos estão com os nervos à flor da pele. Exceto Nathan, claro. Aquele homem tem nervos de aço.
"E um coração de aço", Celeste disse a si mesma com amargura.
— Ele perguntou sobre mim? — Nicole indagou, nervosa.
— Não.
A resposta provocou um aperto em seu coração.
— Mas... ele sabe que estou aqui... e que pretendo ir à festa depois da estréia?
— Eu mencionei o fato, mas ele não pareceu se im¬portar. Para ser honesto, fiquei um pouco chocado com a forma como Nathan está conduzindo esse assunto de divórcio. Nunca pensei que fosse tão inflexível, tão desalmado. E como se estivesse entrincheirado atrás de uma barreira que ninguém pode atingir.
— E apenas o jeito dele — Nicole declarou, tentando convencer-se à medida que falava. O que lhe restava, afinal?
— Está na hora de entrar, não acham? — Celeste interveio, notando que os olhos da filha pareciam mais úmidos do que o normal.
Se aquele maldito ferisse Nicole outra vez, seria ca¬paz de matá-lo com as próprias mãos. Algo que, aliás, não seria difícil. Os anos de treino em artes marciais deviam servir para alguma coisa, afinal de contas.
— O sinal ainda não tocou, mas acho melhor entrar — Byron respondeu, olhando de relance para Celeste.
Outro fotógrafo apareceu quando os três entravam na sala de espetáculos, fazendo Celeste e Byron sor¬rirem polidamente. O rosto de Nicole, entretanto, re¬fletia um estado de espírito perturbado, que ela não conseguia ocultar. As esperanças que depositara no próprio plano começavam a desmoronar, assim como sua crença de que Nathan ainda a amava.
O camarote ficava no melhor lugar do teatro. Como produtor, Byron sempre conseguia esse privilégio. Ofe¬recera ingressos para Jade e Ava, mas a oferta fora recusada como um protesto contra o comportamento de Nathan em relação a Nicole. As duas mulheres ti¬nham declarado que nunca mais falariam com Nathan, a menos que ele se retratasse e pedisse desculpas.
Nicole sentou-se e começou a folhear o programa da peça, tentando esquecer a sensação angustiante que a perseguia. O retrato do marido chamou sua atenção por um segundo. A foto em preto e branco deixava-lhe os traços ainda mais duros. Nathan sempre lhe pare¬cera um deus dourado, com a cor dos cabelos contras¬tando muito com a pele bronzeada, suave como seda. Tinha um rosto clássico e bonito, os lábios carnudos e sensuais, e os olhos cinzentos, lindos. Mas naquela foto parecia apenas um homem frio e cínico, ostentando um meio-sorriso sarcástico.
Oh, ela sempre odiara quando Nathan sorria da¬quele jeito. Ele sempre dizia que o mundo era um lugar nojento, cheio de pessoas nojentas. Era cínico em relação à espécie humana em geral e ao sexo fe¬minino em particular. O sentimento provavelmente era fruto do convívio com mulheres frívolas, até mesmo depravadas, com quem fora obrigado a conviver du¬rante toda a vida.
Primeiro fora a mãe, uma garota rica e excêntrica que fugira de casa ainda adolescente para levar uma vida de orgias, drogas e autodestruição. Nathan nas¬cera como filho ilegítimo, desconhecendo o pai, a quem a própria mãe devia ignorar por levar a vida de amante em amante, de orgia em orgia...
Nicole ouvira essa história de várias fontes. Nunca do próprio Nathan, que jamais falava sobre o passado. Aparentemente, fora colocado em um colégio interno com a idade de oito anos, e só saiu de lá depois da morte da mãe, causada por uma overdose quando ele estava com dezesseis anos.
Depois disso tornara-se um adolescente problemá¬tico, e, quando Byron aparecera, alguns meses depois, vivia com uma mulher velha o bastante para ser sua mãe. E não havia nada de platônico naquele relacio¬namento. Byron tornara-se amigo do rapaz e, mais tarde, o adotara.
Agora, Nicole tentava imaginar o que seria de Nat¬han se Byron não tivesse aparecido...
Na verdade, a vida de Nathan como filho adotado não transcorrera exatamente sem problemas, princi¬palmente quando se tratava do sexo oposto. O jovem se relacionara intensamente com as mulheres da fa¬mília Byron, de forma absolutamente frívola, e o casa¬mento com Lenore não fizera tanto sucesso quanto as peças que ele escrevia. Quando Nicole o conhecera, ele se desligara completamente da família Whitmore para escrever em tempo integral. Naquela época, era um ho¬mem divorciado e charmoso de trinta e cinco anos.
Desde o primeiro instante, Nicole ficara hipnotizada por sua beleza madura, pelo ar cosmopolita e sofisticado. Ao mesmo tempo, Nathan encantara-se com a beleza incomum de Nicole e, principalmente, pela óbvia inexpe¬riência que ela demonstrava ter a respeito dos homens.
No começo, ela ficara preocupada com manter um relacionamento com um homem divorciado e mais velho, mas bastaram poucas semanas para que ele a seduzisse por inteiro e a pedisse em casamento.
Antes de sair para a lua-de-mel, ela fora alertada sobre o comportamento de Nathan várias vezes. Poucas pessoas acreditavam que o casamento iria durar. Acha¬vam que Nathan se casara exclusivamente por sexo.
O raciocínio era certo e errado ao mesmo tempo. O sexo desempenhara um papel importante no começo do relacionamento. Mas isso não incomodava tanto Ni¬cole quanto o ciúme possessivo, além da tendência de Nathan a tratá-la como uma criança ingênua. O ex¬tremo cinismo dele foi outra barreira que se ergueu entre os dois, agravada pela completa falta de habili¬dade de Nathan em se comunicar com as mulheres em um nível que não fosse físico.
Mas nada disso significava que ele não a amava, e Nicole continuou alimentando esperanças. Nathan apenas não sabia expressar o próprio amor, ou não acreditava em si mesmo. Ela julgava que com o tempo, e com muito amor, poderia reverter a situação. Além disso, não estava nem um pouco disposta a desistir do casamento com tanta facilidade.
Certo, a situação mais parecia uma corrida de obs¬táculos. Poucas mulheres perdoariam um marido que as acusasse injustamente de infidelidade, e pratica¬mente cometesse um estupro. Mas Nicole fora, afinal de contas, a primeira a trazer a infidelidade para a discussão. E quanto ao estupro... bem, entendia por que e como aquilo acontecera, e com a compreensão viera o perdão.
Nathan ficara furioso ao encontrá-la no quarto de Damian Campbell. Depois disso a fúria se transfor¬mara em um violento acesso passional, que ele fora incapaz de controlar. Talvez, se ela tivesse reagido em vez de ficar calada e deitada, Nathan houvesse con¬seguido se segurar. Nicole acreditava que o remorso do marido era o principal motivo de afastamento que se seguira.
Mas a possibilidade de aquela última vez tê-la dei¬xado grávida não facilitava as coisas. A maioria das mulheres ficaria indignada por ter sido engravidada daquela forma, mas, uma vez que Nicole decidira per¬doar Nathan, tudo voltara a fazer sentido. Era uma arma a mais de que dispunha para conseguir o marido de volta. Afinal de contas, ele não se casara com Lenore apenas porque ela estava grávida? Com certeza vol¬taria para casa ao descobrir que iria se tornar pai novamente.
Por isso ela resolvera comparecer àquela festa, em busca de uma oportunidade para encontrar o marido e contar-lhe o que provavelmente acontecera naquela tarde.
Sabia que, apesar de ter perdoado Nathan, o inverso não acontecera. Estava certa de que a insistência dele quanto ao divórcio devia-se principalmente ao remorso e à culpa, que ainda o atormentavam.
— A foto de Lenore não está muito boa, não é? — Celeste comentou subitamente, olhando para o pro¬grama aberto no colo de Nicole, que tinha os olhos perdidos no vazio.
Ela despertou para a realidade e fitou o retrato da ex-esposa do marido, atriz principal de sua nova peça.
Celeste estava certa. Não era uma foto que fizesse justiça à beleza de Lenore. Em preto e branco, omitia o brilho intenso do olhar de Lenore, além de obscurecer o efeito que os belos cabelos rui vos provocavam ao vivo. Nicole sabia muito bem que a mulher possuía um ca¬risma enorme, capaz de fazer todo o teatro voltar os olhos em sua direção quando entrava em cena.
Com trinta e cinco anos, Lenore parecia muito mais jovem. Seu corpo esguio e escultural era tão espetacular quanto seu rosto. Nicole sempre se sentira inferiorizada ao comparar-se à atriz. Não importava quantos elogios recebesse sobre sua beleza, invariavelmente se sentia inadequada e banal ao comparar-se com a outra.
O sex-appeal de Lenore fizera-a acreditar numa trai¬ção de Nathan. Na verdade, fora por isso que resolvera antecipar a volta de uma visita que fizera a uma amiga. Então encontrara Nathan e Lenore a sós no apartamento.
Se tivesse um pouco mais de confiança no marido, acreditaria na explicação dele, de que os dois apenas repassavam os últimos detalhes da peça. Mas, em vez disso, Nicole correra para a casa dos Campbell, criando a atmosfera que causaria toda aquela confusão.
A única coisa boa que acontecera na última semana fora o fato de descobrir, finalmente, a verdadeira iden¬tidade de seus pais.
— Byron me disse que Lenore está tendo um caso com Zachary Marsden — Celeste sussurrou. — Aparentemente estão planejando se casar no ano que vem, logo que ele se divorciar.
— Sim, sei disso.
— Ela não representa perigo para você, Nicole.
— Isso é o que vamos ver. Mas, mudando de assunto, quando será seu casamento com Byron?
Celeste sorriu.
—Logo que pudermos cuidar dos preparativos. Vai ser uma cerimônia simples, você sabe. Tudo o que quero é que Byron coloque o anel em meu dedo.
— E tudo o que eu quero é meu Nathan de volta.
A mãe suspirou.
— Tem certeza de que seu amor por esse homem não a cegou? Sabe onde está se metendo? Você tinha apenas vinte anos quando se casou, e faz apenas alguns meses...
— Você tinha apenas dezessete quando se apaixonou por Byron.
Celeste meneou a cabeça negativamente.
— Foi diferente.
— Como?
— Vocês duas podem parar de cochichar? — Byron interveio nesse instante. — A peça está para começar.
Segurando-o pelo braço, Celeste sussurrou:
— Claro. Mas fique calmo, querido. Você parece mui¬to agitado...
— E como acha que eu deveria estar? Afinal de contas, coloquei muito dinheiro nessa produção.
— Não se preocupe. Se for um tremendo fracasso, vendo meu iate para ajudá-lo.
— Eu nunca permitiria que você fizesse isso!
— Sshhh... — alguém sussurrou no camarote vizinho quando as luzes começaram a se apagar.
Logo Nicole descobriu por que a peça se chamava A Mulher de Negro. A heroína, interpretada por Lenore, acabara de perder o marido. Seu enteado, um rapaz bonito e envolvente, causava uma certa tensão sexual quando aparecia no funeral. Logo ficava claro que ele mantivera um caso com a madrasta no passado, e que o filho para o qual o falecido deixara todos os bens, o caçula, era na realidade fruto daquela traição.
No final do primeiro ato, a viúva novamente era ameaçada pelos modos sedutores do enteado inescru-puloso. Ele aparecia em seu quarto na noite após o funeral, onde lançava mão de vários artifícios para levá-la para a cama. Na última cena antes de as cor¬tinas baixarem, despia a viúva sem nenhum pudor.
— Meu Deus! — Celeste deixou escapar quando as luzes se acenderam. Lentamente, virou-se para encarar a filha. — E você ainda diz que ama o homem que escreveu isso?
Nicole corou violentamente.
— E apenas uma peça.
— Ainda assim...
— Acho que tenho um sucesso nas mãos! — Byron exclamou, excitado. — Olhem para o público. Eles não conseguem parar de falar! Eu soube desde o primeiro instante que estava lendo um drama erótico e profun¬do, mas vê-lo encenado... — Meneou a cabeça com ad¬miração. — Lenore está perfeita, não acham? E o ator que faz o herói é impecável!
— Ele não pode ser chamado de herói — Celeste corrigiu secamente.
— Você sabe o que eu quis dizer. De qualquer forma, aposto que nenhuma mulher nesse teatro diria não a ele na situação que Nathan criou.
— Você pode estar certo — a mulher replicou ma¬liciosamente, provocando um lampejo rápido de ciúme nos olhos azuis de Byron.
— Nesse caso, não vou levar você para a festa. Aquele demônio vai estar lá. Nicole pode muito bem ir sozinha.
— Duvido que ela se incomode com isso — Celeste murmurou, imaginando que Nicole não gostaria mesmo que o pai presenciasse a cena que provavelmente acon¬teceria depois que as cortinas baixassem em definitivo.
Byron era um homem antiquado, que ainda acredi¬tava que as iniciativas deviam ser exclusivamente masculinas. Com certeza não aprovaria as investidas da filha. Por isso, Celeste começou a imaginar que seria mais prudente tirá-lo do teatro antes disso.
Sua mão repousou inocentemente no joelho de Byron.
— Não seja tolo, querido — disse, encarando-o fixamente. — Todos vão querer sua presença na recepção, nem que seja por um minuto... — De forma intencional, pronunciava as palavras num sussurro rouco e sedutor, acariciando-o na perna. — Por outro lado... que tal voltar um pouco mais cedo para casa?
Nicole pode ir a Belleview de táxi.
— Você é uma feiticeira — ele gemeu.
Celeste simplesmente sorriu.
"O que uma mãe não é capaz de fazer pela filha!", pensou com perverso amargor. Byron limpou a garganta.
— Posso... ahn... apanhar um drinque para vocês duas? — ofereceu-se com voz trêmula.
— Isso seria ótimo, querido — Celeste replicou com calma. — Champanhe, eu acho.
— Então será champanhe.
— O que vamos celebrar? — Nicole perguntou logo que Byron deixou o camarote. Obviamente não ouvira a conversa dos dois.
— O sucesso da peça.
Ela sorriu com amargura.
— Acho que eu devia estar feliz por Nathan, mas nunca gostei dessa peça. Como poderia, se afinal de contas ela foi o motivo de nossa separação?
— Não, você está enganada. O motivo de sua separação foi Nathan, porque nunca se preocupou em ouvi-la. Ele fechou os olhos e o coração ao amor que você oferecia.
A afirmação provocou um arrepio em Nicole. Era verdade, claro. Por que Nathan dera as costas a seu amor? Um homem apaixonado omitiria da esposa o nome da própria mãe?
Nicole se esforçava para encontrar uma resposta, que provavelmente não seria nem um pouco agradável. Talvez Nathan não a amasse. Talvez nunca a tivesse amado, afinal. Podia ter se casado apenas por luxúria, e logo encontraria a terceira mulher que Celeste in¬sinuara... O pânico tomou conta dela ao lembrar-se do filho que provavelmente estava esperando.
O amor não é lógico, repetiu para si mesma. Nathan podia amá-la. Ele devia! Porque se isso não acontecesse...
Deus, se ele não a amasse!
Pensamentos sombrios tomaram conta de sua mente.
— Você não precisa ir àquela festa mais tarde — Celeste ponderou em voz baixa.
Nicole piscou, afastou os pensamentos ruins e con¬centrou-se na idéia de que não desprezaria nenhuma chance para reconquistar Nathan.
— Oh, claro, mas eu vou — replicou, e seu rosto agora aparentava uma calma forçada. — Não terei outra oportunidade.
Celeste quase discutiu com a filha, mas lembrou-se das coisas idiotas que ela própria fizera em nome do amor e resolveu ficar calada.
As duas permaneceram em silêncio até Byron voltar com o champanhe. Em seguida, o intervalo terminou e a peça prosseguiu, com um segundo ato tão chocante quanto o primeiro. Quando as luzes se acenderam, e depois dos aplausos efusivos da audiência, os três ocu¬pantes do camarote saíram discretamente para a festa reservada da première
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