quinta-feira, 29 de julho de 2010

Uma Fantasia Maravilhosa - Anne Eames




Trabalhar em um banco de espermas tinha suas vantagens. Ali Celeste poderia ficar grávida sem ter que esperar seu príncipe azul.
Mas uma vez posto em ação o “Projeto Menino”, Ali conhece o doador, um bonito médico chamado Brad Darling. E a atração entre eles foi inegável.
Depois de uma noite de paixão, Ali descobriu que estava grávida. Mas as contas não saíam e Brad pensou que, nem ele era o pai do menino, nem ela era tão inocente como parecia.

Ali teria que convencê-lo de que aquilo não era nenhuma armadilha para casar-se com ele, simplesmente, o destino e a medicina moderna tinham conspirado para reunir duas almas gêmeas

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CAPITULO UM



― O quê?

― Que vou ter um menino – repetiu Ali Celeste, desfrutando da expressão de perplexidade no rosto de sua irmã Lynne.

― Mas como...? Eu nem sequer sabia que você tinha um noivo! – exclamou sua irmã a ponto de um colapso.

Ali decidiu esclarecer a situação.

― Disse que vou, não que estou – explicou, afastando o prato de salada.

Lynne se apoiou no encosto da cadeira e jogou uma toalha pela abarrotada cafeteria do hospital de Detroid. Provavelmente, para comprovar se alguém escutava a conversa, pensava Ali, incapaz de apagar o sorriso de seu rosto.

― Não tem graça ― disse Lynne, tentando mostrar-se séria. ― Me destes um susto de morte!

― Por quê?

― Grávida antes de contrair matrimônio? Mamãe se levantaria de sua tumba.

― Antes de contrair matrimônio? – riu Ali. Essa é uma expressão do século passado.

― Os princípios seguem sendo os mesmos - replicou Lynne, olhando a sua irmã com cara de reprovação.

Ali olhou o romance que havia ao lado de seu prato. Se pudesse encontrar um homem como o daqueles romances, pensava.

― Acreditei que queria te manter virgem até que chegasse o teu Príncipe Azul.

― E esse segue sendo o plano.

Lynne a olhou confusa.

― Do que está falando, Aléxis Enjoe?

― Bom, já sabe que trabalho em uma clínica de fecundação assistida...

― E o que tem isso...? – De repente Lynne abriu os olhos como pratos – Não está querendo dizer...?

― Por que não? Ali posso conseguir o que necessito... – seguiu dizendo Ali, para escândalo de sua irmã.

― Por favor, Ali, para que você necessita de um banco de esperma? Só tem vinte e oito anos...

― Já, mas dentro de um mês cumprirei outro ano mais – a interrompeu Ali.

― Esse é o problema? Sente-se velha?

Ali negou com a cabeça.

― Nunca pensei que na minha idade seguiria sendo solteira. E não me diga que continuo sendo uma menina...

― Mas ainda é. Ainda continuará por muitíssimo tempo.

Isso era o que Ali estava acostumada a pensar. Mas em sua mente seguia aparecendo a fantasia que tinha acariciado durante anos, a imagem de um homem forte e, de uma vez, sensível, que se apaixonaria loucamente por ela. Quase podia ver seus olhos: intensos, sinceros. E cheios de amor.

Ali olhou a capa do romance.

Exatamente como os daquele homem.

― Não te ofenda, Lynne, mas você pensava que tinha todo o tempo do mundo e olhe o que demorastes a ter um menino – disse Ali em voz baixa.

– Tinha quase quarenta anos quando ficou grávida.
Recorda os anos de ansiedade, por não mencionar a dinheirama que você e Ken gastaram em tratamentos?

Lynne assentiu com falta de apetite.

― Como vou esquecer? Se não tivesse sido pela herança de mamãe, ainda estaria pagando o empréstimo... Mas não me queixo, Keri merece cada centavo que gastamos.

― Estou de acordo – sorriu Ali, recordando as rosadas bochechas de Keri. Se gostava tanto de sua sobrinha, o que sentiria por um filho próprio? Sempre gostou de crianças e não tinha dúvidas de que iria fazer o correto. Seria uma inocente se esperasse o homem dos seus sonhos. Além disso, que possibilidades tinha de encontrá-lo? Era hora de tomar providências no assunto e se dava conta de que sua irmã começava a entendê-la.

― E não se esqueça de Bárbara. Ela não teve tanta sorte como você. Timmy é um céu e ela o quer como se fosse filho dela, mas nós duas sabemos que a adoção é o último recurso, quando todo o resto falhou.

Lynne tomou a mão de sua irmã.

― Carinho, que eu tenha tido problemas para ficar grávida não significa que você os vá ter.

― Mas não quero esperar até o último momento para saber. Além disso, não conheci um homem decente em dois anos. Dentro de nada terei trinta e continuarei tentando me atirar em cima de alguém. Por favor, compreenda-me. Necessito de apoio.

Ali olhou para Lynne, esperando que ela entendesse a seriedade de sua decisão.

― Vejo que está decidida – suspirou sua irmã por fim – Bom, se o que queria era minha benção, já a tem.

Ali desejava saltar da cadeira para abraçá-la.

― Obrigada Lynne, significa muito para mim. – Sorriu aliviada – O que você acha que Bárbara dirá?

― Provavelmente o mesmo que eu. Primeiro dirá que está louca e depois que faça o que achar melhor.
Nunca fomos capazes de te diz não pra tudo, irmãzinha, e você sabe.

Irmãzinha. Esse era o problema. Às vezes se perguntava se seu desejo de ter um filho não era uma forma de fazer com que suas irmãs deixassem de vê-la como uma menina. Sempre a tinham tratado desse modo, embora morasse sete anos sozinha e estava indo muito bem. Exceto nas relações amorosas. Os homens seguiam sendo um enigma para Ali.

― E falando em Bárbara – disse, mudando de assunto – O que acontece com a volta de Tom a Detroid?

― Pensava que voltariam antes do Natal, mas têm que esperar até a primavera – respondeu sua irmã, olhando a seu redor. – Por favor, te incomodas de jogar uma toalha? – sussurrou – Neste hospital há um montão de homens bonitos e não acredito que todos estejam casados.

Ali suspirou frustrada. De novo aquele assunto.

Ela não estava procurando um médico. A experiência a tinha mostrado. E, se, além disso, era bonito, era melhor esquecer o assunto. Provavelmente tinha um ego do tamanho de Saturno.

Mas Lynne pensava de forma diferente.

― Olhe esse loiro, o alto do canto.

― Por favor, Lynne. Deve medir dois metros. Justo o que me falta, um homem que meça quarenta centímetros a mais que eu.

― E esse com pinta de estudioso, o de óculos? – Insistiu Lynne.

― É homossexual.

― Como sabe?

― Não sei. – Riu Ali – Mas poderia ser. O assunto voltaria a aparecer. Sua irmã era imbatível ao desânimo.



― O que?

― Abaixe a voz – disse Brad Darling, olhando ao seu redor. ― Ouvistes perfeitamente.

― Mas, porque vais fazer… Isso? – perguntou Craig, escondendo a cara detrás de seu copo de suco, como se temesse que alguém pudesse ler seus lábios.

Brad riu gostosamente.

― Porque é rápido, fácil e lhe pagam muito bem. Nem todos nasceram em um berço de ouro como você, Craig.

― E quantas vezes tem-no feito? – Perguntou Craig.

― Hoje vai ser a primeira vez. Há uma clínica de fecundação assistida na nova ala do hospital e vou assim que terminar de comer. – respondeu Brad, perguntando-se se teria feito bem em contar ao seu amigo.

― E não tem medo de que alguém o reconheça?

― Por favor, Craig, não vou cometer nenhum crime.

― Mas tem uma reputação a manter. É médico…

― Apenas.

― Bom, somos residentes no hospital, mas ainda assim…

― Olhe, não vou de jaleco. Trocarei de roupa e entrarei pela porta principal, como se chegasse da rua. Se alguém me vir, que me veja. – Du de ombros Brad – Mas tão pouco penso em me anunciar.

Crag soltou uma gargalhada.

― Já posso imaginar as brincadeiras: “Brad, te interessa uma visita ao banco de esperma? Não tinham me dito que ganhas o salário com o suor da sua… mão.”

― Muito engraçado. – disse Brad, dando uma última dentada no sanduíche. – Tenho que ir. Falamos-nos depois.

― Até te diria: “Não faça nada que eu não faria”, mas…

― E é assim. Vão me pagar por isso. – sorriu Brad, pegando sua bandeja.

Desejava estar tão seguro como tinha feito Crag acreditar, mas na realidade, estava engasgado.

E Craig tinha razão sobre uma coisa. Se seus companheiros ficassem sabendo o que iria fazer, passariam um bom tempo rindo aos seus custos.

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