segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Milagre do Amor - Miranda Lee

O Milagre do Amor
Segredos comprometedores, desejos proibidos, descobertas escandalosas...
Luxúria. Era apenas isso o que o casamento de Nicole significara? Sua relação estava por um fio, mas o amor de Nicole por Nathan permanecia intacto, e ela lutaria para reconquistá-lo! Porém, Nathan recusava-se a aceitar que existisse algo entre eles que não fosse atração sexual, e Nicole sabia que o marido tinha um coração de pedra, provavelmente fruto de traumáticas experiências do passado. Ela esperava por um milagre, e era a única coisa que poderia fazer, agora que suspeitava estar carregando dentro de si um filho de seu tumultuado casamento com Nathan.
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CAPITULO I

As premières das peças de Nathan Whitmore tinham se transformado num dos acontecimentos mais importantes de Sídnei, capital da Austrália. Não era raro encontrar nelas o Primeiro-Ministro e outras personalidades, sem mencionar o grande número de socialites e celebridades do mundo artístico.
Nicole observava sem grande interesse os rostos fa¬mosos que passavam pelos corredores do foyer. A fama não lhe interessava muito. Houvera um tempo, não muito distante, em que seria capaz de reconhecer aque¬les rostos. Mas isso ficara no passado.
— Sorria, sra. Whitmore — um dos fotógrafos pediu a ela. — E você também, srta. Campbell.
— Sorria, Nicole — Celeste murmurou, num fio de voz. — Isso foi idéia sua, lembra? Eu lhe avisei para não vir, mas, agora que está aqui, deve suportar tudo.
Ambas sorriram e Nicole imaginou como o fotógrafo reagiria se soubesse que não estava retratando apenas a srta. Celeste Campbell e a sra. Nathan Whitmore, mas mãe e filha.
Não havia dúvida de que um rebuliço se armaria no circuito social de Sídnei se viesse a público o fato de que o sogro de Nicole, Byron Whitmore, era na verdade seu pai biológico.
O caso entre a glamourosa cabeça do clã dos Camp¬bell e o belo chefe da família Whitmore fora um dos principais mexericos, anos antes. Um caso que termi¬nara de forma amarga. Apesar disso, ninguém repa¬rara no sumiço temporário de Celeste, que se afastara para dar à luz a Nicole. Sem falar nas circunstâncias estranhas que tinham cercado a vida da menina, le¬vada ainda criança por um homem que dizia ser seu pai, até descobrir a verdade e retornar à família, vinte anos depois.
Fazia apenas três dias que ela soubera de tudo e ainda estava aturdida com a forma amorosa e receptiva com a qual os pais haviam-na recebido. Eram extraor¬dinários, na opinião dela. Não eram santos, claro, mas tratava-se de um casal adorável, disposto a tudo pela filha, desaparecida tanto tempo antes. A notícia de que os dois finalmente iriam se casar deixara Nicole ainda mais feliz.
Já o seu próprio casamento era outro assunto...
Ela sentiu o estômago revirar. Seu plano para atrair Nathan de volta parecera bom enquanto era apenas teoria. Na prática, porém, era perigoso e exigia muito sangue-frio. Mas de que outra alternativa ela dispu¬nha? Amava Nathan mais do que tudo e estava certa de que ele também a amava, apesar do que acontecera no passado. Não podia deixar que o destino e um amon¬toado de desentendimentos acabassem com seu casa¬mento. Principalmente agora, quando desconfiava de uma provável gravidez.
— O que pode estar detendo Byron por tanto tempo? — Nicole perguntou, preocupada, quando o fotógrafo se afastou. — Espero que não esteja armando uma reconciliação para mim e Nathan. Implorei para que ele não servisse de mediador.
— Por favor, Nicole, confie mais na inteligência de seu pai. Byron sabe que a influência que exerce sobre Nathan não seria útil nesse momento. Nathan ficou muito decepcionado por saber que Byron teve um caso comigo enquanto estava casado. Então, quando desçobriu que iríamos realmente nos casar... Bem, encarou-o como se quisesse matá-lo.
Nicole suspirou.
— Pobre Byron! Ele merece mais do que isso de Nathan.
— Sim, merece. Francamente, não consigo entender por que você ainda o ama. Mentir sobre minha iden¬tidade já foi terrível, mas quando penso em como ele... ele...
— Você prometeu não falar sobre isso outra vez — Nicole interrompeu rapidamente. — Sabe que Nathan não estava raciocinando direito quando fez aquilo. Se eu pude perdoar e esquecer, por que não faz o mesmo?
— Sinto muito, mas não posso tolerar que um ho¬mem seja violento com uma mulher, não importa quais sejam os motivos. Mas, se prefere, não vou mais men¬cionar o assunto. É sua vida, e posso ver que está determinada a salvar seu casamento.
— E você prometeu me ajudar no que pudesse.
— Sá Deus sabe por quê! — Celeste resmungou. Estendendo a mão, Nicole tocou o pulso da mãe.
— Por que você me ama? — indagou suavemente. Atordoada, Celeste sentiu as lágrimas turvarem-lhe
a visão e segurou as mãos da filha antes de recuperar a voz para falar:
— Acho que terei que confiar em sua palavra sobre Nathan, apesar de achá-lo o homem mais frio e cínico que já conheci.
— Lenore concorda comigo — Nicole argumentou em voz baixa. — E foi casada com ele por doze anos.
— Pois é... — Celeste suspirou. — Apesar das falhas que tem, ele sabe como inspirar lealdade nas esposas.
— Mas só teve duas! — Nicole protestou.
— Tanto faz. Mas, caso se divorcie de você, como está prometendo, vai deixar o caminho livre para a terceira vítima.
— Nós não vamos nos divorciar — Nicole declarou, erguendo o queixo. — E não haverá nenhuma terceira esposa.
— Oh... é mesmo? E como pretende fazê-lo mudar de idéia?
— Usando todos os meios que estiverem à minha disposição.
— Sei, sei... — Celeste encarou a filha com um brilho sarcástico no olhar. — Tentei imaginar por que motivo você poderia ter vindo até aqui hoje, e agora entendo. Não está interessada na peça, mas na festa que haverá depois, não é?
Nicole sentiu que seu rosto corava violentamente, mas tentou se controlar. Não queria que o embaraço pudesse prejudicar seu plano. Afinal de contas, Nathan ainda era seu marido!
— Quero apenas falar com ele — mentiu. — Não posso deixar tudo acontecer sem ao menos falar com ele, não é?
— Pessoas que brincam com fogo geralmente aca¬bam queimadas — Celeste advertiu suavemente. — E digo isso por experiência própria.
— Mas você acabou ficando com o homem que amava — Nicole observou. — E eu pretendo fazer o mesmo.
Celeste encarou a filha com ar surpreso, notando o tom determinado das palavras. Bem, ela saíra igual aos pais, que nunca desistiam de nada. Quase sentiu pena de Nathan naquele momento.
— Ah... Byron está chegando — observou sorrindo,
abraçando o futuro marido em seguida. — Pensamos que estivesse perdido, querido. Como andam as coisas nas coxias?
— Todos estão com os nervos à flor da pele. Exceto Nathan, claro. Aquele homem tem nervos de aço.
"E um coração de aço", Celeste disse a si mesma com amargura.
— Ele perguntou sobre mim? — Nicole indagou, nervosa.
— Não.
A resposta provocou um aperto em seu coração.
— Mas... ele sabe que estou aqui... e que pretendo ir à festa depois da estréia?
— Eu mencionei o fato, mas ele não pareceu se im¬portar. Para ser honesto, fiquei um pouco chocado com a forma como Nathan está conduzindo esse assunto de divórcio. Nunca pensei que fosse tão inflexível, tão desalmado. E como se estivesse entrincheirado atrás de uma barreira que ninguém pode atingir.
— E apenas o jeito dele — Nicole declarou, tentando convencer-se à medida que falava. O que lhe restava, afinal?
— Está na hora de entrar, não acham? — Celeste interveio, notando que os olhos da filha pareciam mais úmidos do que o normal.
Se aquele maldito ferisse Nicole outra vez, seria ca¬paz de matá-lo com as próprias mãos. Algo que, aliás, não seria difícil. Os anos de treino em artes marciais deviam servir para alguma coisa, afinal de contas.
— O sinal ainda não tocou, mas acho melhor entrar — Byron respondeu, olhando de relance para Celeste.
Outro fotógrafo apareceu quando os três entravam na sala de espetáculos, fazendo Celeste e Byron sor¬rirem polidamente. O rosto de Nicole, entretanto, re¬fletia um estado de espírito perturbado, que ela não conseguia ocultar. As esperanças que depositara no próprio plano começavam a desmoronar, assim como sua crença de que Nathan ainda a amava.
O camarote ficava no melhor lugar do teatro. Como produtor, Byron sempre conseguia esse privilégio. Ofe¬recera ingressos para Jade e Ava, mas a oferta fora recusada como um protesto contra o comportamento de Nathan em relação a Nicole. As duas mulheres ti¬nham declarado que nunca mais falariam com Nathan, a menos que ele se retratasse e pedisse desculpas.
Nicole sentou-se e começou a folhear o programa da peça, tentando esquecer a sensação angustiante que a perseguia. O retrato do marido chamou sua atenção por um segundo. A foto em preto e branco deixava-lhe os traços ainda mais duros. Nathan sempre lhe pare¬cera um deus dourado, com a cor dos cabelos contras¬tando muito com a pele bronzeada, suave como seda. Tinha um rosto clássico e bonito, os lábios carnudos e sensuais, e os olhos cinzentos, lindos. Mas naquela foto parecia apenas um homem frio e cínico, ostentando um meio-sorriso sarcástico.
Oh, ela sempre odiara quando Nathan sorria da¬quele jeito. Ele sempre dizia que o mundo era um lugar nojento, cheio de pessoas nojentas. Era cínico em relação à espécie humana em geral e ao sexo fe¬minino em particular. O sentimento provavelmente era fruto do convívio com mulheres frívolas, até mesmo depravadas, com quem fora obrigado a conviver du¬rante toda a vida.
Primeiro fora a mãe, uma garota rica e excêntrica que fugira de casa ainda adolescente para levar uma vida de orgias, drogas e autodestruição. Nathan nas¬cera como filho ilegítimo, desconhecendo o pai, a quem a própria mãe devia ignorar por levar a vida de amante em amante, de orgia em orgia...
Nicole ouvira essa história de várias fontes. Nunca do próprio Nathan, que jamais falava sobre o passado. Aparentemente, fora colocado em um colégio interno com a idade de oito anos, e só saiu de lá depois da morte da mãe, causada por uma overdose quando ele estava com dezesseis anos.
Depois disso tornara-se um adolescente problemá¬tico, e, quando Byron aparecera, alguns meses depois, vivia com uma mulher velha o bastante para ser sua mãe. E não havia nada de platônico naquele relacio¬namento. Byron tornara-se amigo do rapaz e, mais tarde, o adotara.
Agora, Nicole tentava imaginar o que seria de Nat¬han se Byron não tivesse aparecido...
Na verdade, a vida de Nathan como filho adotado não transcorrera exatamente sem problemas, princi¬palmente quando se tratava do sexo oposto. O jovem se relacionara intensamente com as mulheres da fa¬mília Byron, de forma absolutamente frívola, e o casa¬mento com Lenore não fizera tanto sucesso quanto as peças que ele escrevia. Quando Nicole o conhecera, ele se desligara completamente da família Whitmore para escrever em tempo integral. Naquela época, era um ho¬mem divorciado e charmoso de trinta e cinco anos.
Desde o primeiro instante, Nicole ficara hipnotizada por sua beleza madura, pelo ar cosmopolita e sofisticado. Ao mesmo tempo, Nathan encantara-se com a beleza incomum de Nicole e, principalmente, pela óbvia inexpe¬riência que ela demonstrava ter a respeito dos homens.
No começo, ela ficara preocupada com manter um relacionamento com um homem divorciado e mais velho, mas bastaram poucas semanas para que ele a seduzisse por inteiro e a pedisse em casamento.
Antes de sair para a lua-de-mel, ela fora alertada sobre o comportamento de Nathan várias vezes. Poucas pessoas acreditavam que o casamento iria durar. Acha¬vam que Nathan se casara exclusivamente por sexo.
O raciocínio era certo e errado ao mesmo tempo. O sexo desempenhara um papel importante no começo do relacionamento. Mas isso não incomodava tanto Ni¬cole quanto o ciúme possessivo, além da tendência de Nathan a tratá-la como uma criança ingênua. O ex¬tremo cinismo dele foi outra barreira que se ergueu entre os dois, agravada pela completa falta de habili¬dade de Nathan em se comunicar com as mulheres em um nível que não fosse físico.
Mas nada disso significava que ele não a amava, e Nicole continuou alimentando esperanças. Nathan apenas não sabia expressar o próprio amor, ou não acreditava em si mesmo. Ela julgava que com o tempo, e com muito amor, poderia reverter a situação. Além disso, não estava nem um pouco disposta a desistir do casamento com tanta facilidade.
Certo, a situação mais parecia uma corrida de obs¬táculos. Poucas mulheres perdoariam um marido que as acusasse injustamente de infidelidade, e pratica¬mente cometesse um estupro. Mas Nicole fora, afinal de contas, a primeira a trazer a infidelidade para a discussão. E quanto ao estupro... bem, entendia por que e como aquilo acontecera, e com a compreensão viera o perdão.
Nathan ficara furioso ao encontrá-la no quarto de Damian Campbell. Depois disso a fúria se transfor¬mara em um violento acesso passional, que ele fora incapaz de controlar. Talvez, se ela tivesse reagido em vez de ficar calada e deitada, Nathan houvesse con¬seguido se segurar. Nicole acreditava que o remorso do marido era o principal motivo de afastamento que se seguira.
Mas a possibilidade de aquela última vez tê-la dei¬xado grávida não facilitava as coisas. A maioria das mulheres ficaria indignada por ter sido engravidada daquela forma, mas, uma vez que Nicole decidira per¬doar Nathan, tudo voltara a fazer sentido. Era uma arma a mais de que dispunha para conseguir o marido de volta. Afinal de contas, ele não se casara com Lenore apenas porque ela estava grávida? Com certeza vol¬taria para casa ao descobrir que iria se tornar pai novamente.
Por isso ela resolvera comparecer àquela festa, em busca de uma oportunidade para encontrar o marido e contar-lhe o que provavelmente acontecera naquela tarde.
Sabia que, apesar de ter perdoado Nathan, o inverso não acontecera. Estava certa de que a insistência dele quanto ao divórcio devia-se principalmente ao remorso e à culpa, que ainda o atormentavam.
— A foto de Lenore não está muito boa, não é? — Celeste comentou subitamente, olhando para o pro¬grama aberto no colo de Nicole, que tinha os olhos perdidos no vazio.
Ela despertou para a realidade e fitou o retrato da ex-esposa do marido, atriz principal de sua nova peça.
Celeste estava certa. Não era uma foto que fizesse justiça à beleza de Lenore. Em preto e branco, omitia o brilho intenso do olhar de Lenore, além de obscurecer o efeito que os belos cabelos rui vos provocavam ao vivo. Nicole sabia muito bem que a mulher possuía um ca¬risma enorme, capaz de fazer todo o teatro voltar os olhos em sua direção quando entrava em cena.
Com trinta e cinco anos, Lenore parecia muito mais jovem. Seu corpo esguio e escultural era tão espetacular quanto seu rosto. Nicole sempre se sentira inferiorizada ao comparar-se à atriz. Não importava quantos elogios recebesse sobre sua beleza, invariavelmente se sentia inadequada e banal ao comparar-se com a outra.
O sex-appeal de Lenore fizera-a acreditar numa trai¬ção de Nathan. Na verdade, fora por isso que resolvera antecipar a volta de uma visita que fizera a uma amiga. Então encontrara Nathan e Lenore a sós no apartamento.
Se tivesse um pouco mais de confiança no marido, acreditaria na explicação dele, de que os dois apenas repassavam os últimos detalhes da peça. Mas, em vez disso, Nicole correra para a casa dos Campbell, criando a atmosfera que causaria toda aquela confusão.
A única coisa boa que acontecera na última semana fora o fato de descobrir, finalmente, a verdadeira iden¬tidade de seus pais.
— Byron me disse que Lenore está tendo um caso com Zachary Marsden — Celeste sussurrou. — Aparentemente estão planejando se casar no ano que vem, logo que ele se divorciar.
— Sim, sei disso.
— Ela não representa perigo para você, Nicole.
— Isso é o que vamos ver. Mas, mudando de assunto, quando será seu casamento com Byron?
Celeste sorriu.
—Logo que pudermos cuidar dos preparativos. Vai ser uma cerimônia simples, você sabe. Tudo o que quero é que Byron coloque o anel em meu dedo.
— E tudo o que eu quero é meu Nathan de volta.
A mãe suspirou.
— Tem certeza de que seu amor por esse homem não a cegou? Sabe onde está se metendo? Você tinha apenas vinte anos quando se casou, e faz apenas alguns meses...
— Você tinha apenas dezessete quando se apaixonou por Byron.
Celeste meneou a cabeça negativamente.
— Foi diferente.
— Como?
— Vocês duas podem parar de cochichar? — Byron interveio nesse instante. — A peça está para começar.
Segurando-o pelo braço, Celeste sussurrou:
— Claro. Mas fique calmo, querido. Você parece mui¬to agitado...
— E como acha que eu deveria estar? Afinal de contas, coloquei muito dinheiro nessa produção.
— Não se preocupe. Se for um tremendo fracasso, vendo meu iate para ajudá-lo.
— Eu nunca permitiria que você fizesse isso!
— Sshhh... — alguém sussurrou no camarote vizinho quando as luzes começaram a se apagar.
Logo Nicole descobriu por que a peça se chamava A Mulher de Negro. A heroína, interpretada por Lenore, acabara de perder o marido. Seu enteado, um rapaz bonito e envolvente, causava uma certa tensão sexual quando aparecia no funeral. Logo ficava claro que ele mantivera um caso com a madrasta no passado, e que o filho para o qual o falecido deixara todos os bens, o caçula, era na realidade fruto daquela traição.
No final do primeiro ato, a viúva novamente era ameaçada pelos modos sedutores do enteado inescru-puloso. Ele aparecia em seu quarto na noite após o funeral, onde lançava mão de vários artifícios para levá-la para a cama. Na última cena antes de as cor¬tinas baixarem, despia a viúva sem nenhum pudor.
— Meu Deus! — Celeste deixou escapar quando as luzes se acenderam. Lentamente, virou-se para encarar a filha. — E você ainda diz que ama o homem que escreveu isso?
Nicole corou violentamente.
— E apenas uma peça.
— Ainda assim...
— Acho que tenho um sucesso nas mãos! — Byron exclamou, excitado. — Olhem para o público. Eles não conseguem parar de falar! Eu soube desde o primeiro instante que estava lendo um drama erótico e profun¬do, mas vê-lo encenado... — Meneou a cabeça com ad¬miração. — Lenore está perfeita, não acham? E o ator que faz o herói é impecável!
— Ele não pode ser chamado de herói — Celeste corrigiu secamente.
— Você sabe o que eu quis dizer. De qualquer forma, aposto que nenhuma mulher nesse teatro diria não a ele na situação que Nathan criou.
— Você pode estar certo — a mulher replicou ma¬liciosamente, provocando um lampejo rápido de ciúme nos olhos azuis de Byron.
— Nesse caso, não vou levar você para a festa. Aquele demônio vai estar lá. Nicole pode muito bem ir sozinha.
— Duvido que ela se incomode com isso — Celeste murmurou, imaginando que Nicole não gostaria mesmo que o pai presenciasse a cena que provavelmente acon¬teceria depois que as cortinas baixassem em definitivo.
Byron era um homem antiquado, que ainda acredi¬tava que as iniciativas deviam ser exclusivamente masculinas. Com certeza não aprovaria as investidas da filha. Por isso, Celeste começou a imaginar que seria mais prudente tirá-lo do teatro antes disso.
Sua mão repousou inocentemente no joelho de Byron.
— Não seja tolo, querido — disse, encarando-o fixamente. — Todos vão querer sua presença na recepção, nem que seja por um minuto... — De forma intencional, pronunciava as palavras num sussurro rouco e sedutor, acariciando-o na perna. — Por outro lado... que tal voltar um pouco mais cedo para casa?
Nicole pode ir a Belleview de táxi.
— Você é uma feiticeira — ele gemeu.
Celeste simplesmente sorriu.
"O que uma mãe não é capaz de fazer pela filha!", pensou com perverso amargor. Byron limpou a garganta.
— Posso... ahn... apanhar um drinque para vocês duas? — ofereceu-se com voz trêmula.
— Isso seria ótimo, querido — Celeste replicou com calma. — Champanhe, eu acho.
— Então será champanhe.
— O que vamos celebrar? — Nicole perguntou logo que Byron deixou o camarote. Obviamente não ouvira a conversa dos dois.
— O sucesso da peça.
Ela sorriu com amargura.
— Acho que eu devia estar feliz por Nathan, mas nunca gostei dessa peça. Como poderia, se afinal de contas ela foi o motivo de nossa separação?
— Não, você está enganada. O motivo de sua separação foi Nathan, porque nunca se preocupou em ouvi-la. Ele fechou os olhos e o coração ao amor que você oferecia.
A afirmação provocou um arrepio em Nicole. Era verdade, claro. Por que Nathan dera as costas a seu amor? Um homem apaixonado omitiria da esposa o nome da própria mãe?
Nicole se esforçava para encontrar uma resposta, que provavelmente não seria nem um pouco agradável. Talvez Nathan não a amasse. Talvez nunca a tivesse amado, afinal. Podia ter se casado apenas por luxúria, e logo encontraria a terceira mulher que Celeste in¬sinuara... O pânico tomou conta dela ao lembrar-se do filho que provavelmente estava esperando.
O amor não é lógico, repetiu para si mesma. Nathan podia amá-la. Ele devia! Porque se isso não acontecesse...
Deus, se ele não a amasse!
Pensamentos sombrios tomaram conta de sua mente.
— Você não precisa ir àquela festa mais tarde — Celeste ponderou em voz baixa.
Nicole piscou, afastou os pensamentos ruins e con¬centrou-se na idéia de que não desprezaria nenhuma chance para reconquistar Nathan.
— Oh, claro, mas eu vou — replicou, e seu rosto agora aparentava uma calma forçada. — Não terei outra oportunidade.
Celeste quase discutiu com a filha, mas lembrou-se das coisas idiotas que ela própria fizera em nome do amor e resolveu ficar calada.
As duas permaneceram em silêncio até Byron voltar com o champanhe. Em seguida, o intervalo terminou e a peça prosseguiu, com um segundo ato tão chocante quanto o primeiro. Quando as luzes se acenderam, e depois dos aplausos efusivos da audiência, os três ocu¬pantes do camarote saíram discretamente para a festa reservada da première
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Leia Mais…

Dias das Mães - Elda Minger



Dias das Mães

Está história de duas irmãs gêmeas, Patrícia Roberts solteira e a outra Pepper que é casada mas não pode ter filhos. Pepper tem muito medo de perder o marido por causa disso então resolve consultar Madame Babala da Hungria, a melhor técnica em hipnose.
Patricia resolver ir junto com a irmã para dar apoio moral mas não acredita em nada disso, a consultora hipnotisa a irmã através de uma palavra mágica que todas vez que é pronunciada leva a pessoa a desejos incontroláveis. E como diz o dito popular o eitiço vira contra o feiticeiro pois sem saber Patricia é vitima da palavra magica e melhor de tudo quem a pronuncia é um lindo fazendeiro. Mas isso não é tudo em meio a essa confusão Particia descobre que está gravida o que pode abalar para sempre seu relacionamento com a irmã gêmea.
Minha Opnião: Esse romance é muito bom, acho a irma um pouco egoista pelo fato de não poder ter filhos e achar que a irma tem culpa disso, mas é um romance leve com uma leve pitada de humor, vale pena ler.
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CAPITULO I

Patrícia Roberts sabia que a tarde daquela terça-feira, dezesseis de março, seu trigésimo primeiro aniversário, marcava o dia em que sua vida havia começado a ir para o inferno.
Mas na manhã daquela mesma terça-feira, ainda não tinha ideia do que ia acontecer, e por isso tratou de cuidar da vida como sempre, ou seja, intrometen¬do-se nos negócios da irmã gêmea.
Pepper estava deitada no sofá naquele momento, chorando até não poder mais.
— Ele vai me deixar — disse entre um soluço e outro. — Eu sei disso, posso sentir...
— Bobagem! Ele é maluco por você!
— Não se eu... se eu não puder ter um be... um be...
Bebê. Não podia nem dizer a palavra, Patrícia pensou ao sentar-se ao lado da irmã para segurar a mão dela. Não havia nenhum tipo de conforto que pudesse oferecer à irmã que já não houvesse tentado nos últimos meses.
Pepper era casada com Luca Corsino, um verdadeiro garanhão italiano. Eram completamente apaixonados há seis anos, quando haviam fugido para se casar e entregar-se à paixão que os queimava, adiando assim o momento de iniciar uma família. Agora, rumando diretamente para a tão famosa crise dos sete anos, Luca queria um filho. Pepper queria um filho. Estavam tentando há meses sem nenhum resultado.
Luca não ia à sauna e nem tomava banho de imersão desde que constataram os primeiros sinais de dificul-dade, e só usava cuecas largas e confortáveis. Quanto à Pepper, media a temperatura do corpo todas as ma¬nhãs, e Luca abandonava o trabalho para voltar ime¬diatamente para casa sempre que surgia a menor pos¬sibilidade de concepção. Quadris elevados, esperança e orações. Essas eram as palavras de ordem.
E nada havia acontecido.
Os soluços de Pepper soavam altos na sala de estar ensolarada. Olhando em volta, Patrícia quase sucum¬biu aos temores que sentia pela irmã.
E se houvesse algo de realmente errado com ela em termos de fertilidade?
Luca, futuro pai devotado e empenhado, já subme¬tera-se a um espermograma e estava pronto para criar outro ser, guardando milhões de pequeninas sementes que só esperavam por Pepper para marcar um gol biológico.
Pepper ainda não reunira a coragem necessária para consultar um especialista em reprodução. Patrícia com¬preendia essa atitude, pois ela também sempre adiava momentos importantes e decisivos.
Essa era uma das razões pelas quais sua vida estava tão confusa, mas essa confusão teria de esperar en¬quanto pensava numa forma de ajudar a irmã a su¬perar a dor e o medo.
O cunhado realmente partiria se Pepper não pudesse dar a ele o tão desejado filho? Manifestara o desejo de começar a tentar antes que Pepper se sentisse pre¬parada, e talvez a culpasse por isso.
Patrícia sentiu o nó que formava-se em sua gargan¬ta. Se, Deus não permitisse, sua irmã fosse incapaz de ter filhos, Luca ainda a aceitaria como esposa?
Demonstrara o fervor com que a amava quando a perseguira até Las Vegas. O namoro havia sido tão diferente quanto se pode imaginar, até culminar com o casamento na pequena capela de Glen.
Sem soltar a mão da irmã, Patrícia abaixou a cabeça.
Preciso de ajuda. Sei que tenho implorado por seu auxílio para descobrir o que devo fazer com minha vida, mas podemos deixar isso de lado por um mo¬mento? Que tal algo por minha irmã? Não suporto vê-la sofrendo tanto. Não pode me dar um sinal, um indicação da direção que devo seguir?
A campainha interrompeu sua prece silenciosa.
Um sinal definitivo, Patrícia decidiu.
Ela soltou a mão fria e trémula da irmã, levantou-se do sofá e caminhou até a porta da frente da espaçosa casa na cidade.
A mulher parada diante dela ia além de qualquer possibilidade de descrição.
Os cabelos caíam até a cintura, longos, loiros e far¬tos. As orelhas ostentavam tantos, brincos quantos po¬diam suportar, e uma ofuscante coleção de cristais adornava o pescoço, os pulsos, e até um tornozelo que podia ser visto sob a ampla saia de tecido esvoaçante e colorido.
— Olá, Pep! Pronta para ir? Um engano comum e frequente, já que eram gémeas idênticas.
— Não sou Pepper! Sou irmã dela.
— Patrícia! Oh, ela fala muito a seu respeito! — A mulher agarrou sua mão e apertou-a com vigor. — Sua mãe não ficou maluca quando soube que teria dois bebés?
Já havia escutado todo o tipo de comentário sobre o fato de ter uma irmã gémea, mas essa mulher tinha algo de original na maneira de falar, algo que fazia jus a uma resposta direta e honesta.
— Ela ficou bastante emocionada, especialmente quando viu isto aqui — e tocou uma mecha dos cabelos vermelhos.
A mulher riu.
—Admito que também ficaria emocionada. Chocada, talvez. Meu nome é Deva. Sua irmã está em casa?
— Sim, mas... ela não se sente muito bem no momento.
— Hmmm. — Compaixão e praticidade misturavam-se na expressão da exótica visitante. — Talvez ela tenha esquecido nosso compromisso.
— Com um especialista em reprodução? Deva suspirou, balançou a cabeça e fitou-a com um olhar grave.
— Não. Com madame Babala da Hungria, a melhor técnica em hipnose que Las Vegas pode oferecer. Pes¬quisei todas elas, e essa mulher já alcançou resultados impressionantes.
— Vamos ver se estou entendendo. Vai levar minha irmã a uma técnica em hipnose para ajudá-la a conceber?
— Resumindo, é isso mesmo.
— E ela sabe disso?
— Ela mesma me pediu para encontrar a melhor da cidade.
Pepper devia estar maluca!
— Não sei se ela está em condições de ver alguém,Deva.
— Mas, Patrícia...
— Pode me chamar de Pat, como todo mundo.
— Uau! Que apelido incrível! Aposto que tem um grande impacto!
— Tem seus momentos.
Deva voltou ao assunto original, os cristais brilhando sob o sol forte do deserto.
— Pat, ela precisa ir! Madame Babala tem uma agenda muito cheia, e precisei usar de uma certa in fluência para conseguir essa consulta. Era o único ho¬rário disponível para os próximos três meses.
— Essa mulher é tão boa assim? . — E simplesmente a melhor.
— Acha que ela poderá ajudar?
— Ela já ajudou muitas outras mulheres a relaxa¬ram o suficiente para engravidar. — Deva tocou seu braço e Pat viu simpatia nos olhos azuis que a fitavam. — Já ouviu falar sobre a síndrome da adoção? Uma mulher adota uma criança, e logo depois descobre que está grávida. Às vezes, fazer alguma coisa para dimi¬nuir a pressão pode ser muito útil.
Patrícia suspirou enquanto ponderava o que acabara de ouvir.
Um sinal. Uma indicação. Uma direção. Está bem, seguirei por esse caminho. •
Resignada, Pat terminou de abrir a porta e convidou Deva a entrar.

Madame Babala era uma visão e tanto.
Vivia numa casa espaçosa nos arredores da cidade, e minuto em que entraram as três visitantes foram recebidas pelos aromas de goulash, noz moscada e patchouli.
— Entrem, entrem! Não tenham medo!
— Já não vi esse mesmo cenário em Contos da Cripta — Patrícia sussurrou
Deva envolveu-a num olhar de censura.
—Ah, então temos uma descrente em nosso meio.
Pat deparou-se com os olhos mais escuros e profundos que já havia visto. Era uma mulher bonita, dona rosto largo de traços marcantes, certamente originária do leste europeu. Não havia reprovação na maneira como a encarava, apenas uma tentativa de compreendê-la.
De repente sentiu-se envergonhada por debochar de algo que a irmã encarava com seriedade e esperança.
— Desculpe — pediu em voz baixa.
— Não precisa desculpar-se. Todos nós ficamos ner¬vosos quando fazemos algo que não compreendemos.
Madame Babala passou um braço sobre os ombros trémulos de Pepper e levou-a para uma sala de estar arejada e ensolarada.
Pat lançou um olhar aborrecido na direção de Deva.
— E melhor que isso funcione!
— Vai funcionar — ela murmurou, sem desviar os olhos da dona da casa. — Esta tarde mudará nossas vidas. Estou sentindo!
Pat não tinha ideia de como a afirmação de Deva se mostraria verdadeira.

— Não posso entrar sozinha — Pepper sussurrou, agarrando o braço da irmã.
— Por quê? Ela vai hipnotizá-la, não colocá-la sobre a maldição do conde Drácula — Patrícia respondeu, soltando gentilmente da mão que segurava sua blusa.
— Eu... não posso, Pat! Não sou corajosa como você.
— Casou-se com Luca. Para mim isso é prova de grande coragem.
— Por favor, Pat, me ajude.
Madame Babala passou um braço sobre os ombros de Pat e ela pulou.
— Não tenha medo. Não há razão para isso. Se qui¬ser entrar com sua irmã, sinta-se à vontade.
— Oh, eu não. Isso me parece muito particular e íntimo...
— Por favor, Pat!
Patrícia fitou os olhos aflitos da irmã e sentiu que estava perdida. Quatro minutos mais velha, sempre tomara a iniciativa em suas variadas aventuras. Ape¬sar do nome sugestivo, Pepper sempre fora a seguidora, a mais tímida e maleável.
E nesse caso, completamente apavorada
Patrícia podia sentir que começava a ceder.
— Tem certeza de que não há nenhum problema?
— E claro que sim — a dona da casa sorriu.
Parecia completamente inofensiva. Tomaram café e comeram biscoitos húngaros na espaçosa sala de estar enquanto ela questionava Pepper sobre seu desejo de ser mãe. Aqueles olhos escuros, profundos e insondá¬veis brilhavam com compaixão e simpatia, e demons¬travam que madame Babala compreendia os temores de sua irmã.
— Vamos à hipnose.

O quarto que madame Babala usava era pequeno e afastado, confortável, embora desprovido de adornos e mergulhado na penumbra.
Um lugar para se renascer, Pat pensou, sorrindo da própria tolice.
— E agora — a dona da casa anunciou com um misto de firmeza e doçura —, Patrícia, você gostaria de saber algumas coisas para não ser afetada pela hipnose que se destina a sua irmã?
— Oh, não se preocupe! Sou dura como uma rocha. — Pat olhou para a porta. Pepper havia ido ao ba¬nheiro, e ela aproveitou a oportunidade para dizer coi¬sas que preferia que ela não ouvisse. — Tenho de ser honesta. Não acredito em nada disso que está propon¬do. Só estou aqui para ajudar minha irmã, porque a amo muito.
— Eu entendo.
— Quero que ela seja feliz.
— É claro.
— Se submeter-se à hipnose e pensar que isso vai ajudá-la a ter um bebé e ser mais feliz, então estou disposta a cooperar.
— Mesmo assim, sugiro que aceite minhas...
— Não. Honestamente, nada disso poderá me afetar.
Os olhos escuros a estudaram por alguns instantes e Pat conteve o desejo de gritar.
— Então saiba que estou aqui para ajudá-la, se al¬gum dia sentir que precisa de mim.
— Obrigada.
— Às vezes, Patrícia, não podemos impedir que as pessoas corram de encontro ao destino.
— Fale-me sobre isso.
Nesse momento Pepper entrou na sala e a conversa teve de ser interrompida.

— Seu marido a chama por algum apelido? Algo que só seja pronunciado na privacidade do seu quarto?
Pat fechou os olhos. Isso estava começando a se tor¬nar constrangedor. A última coisa que queria saber era o que Luca dizia quando estava sob o lençol.
Pepper hesitou antes de dizer:
— Ele me chama de sua pimenta do reino.
Que apropriado para um cozinheiro, Pat refletiu. Contendo a vontade de rir, fechou os olhos e teve de abri-los em seguida. O quarto tornava-se tão quente que temia começar a derreter!
— Então, quando ele diz a expressão pimenta do reino, você se tornará uma mulher disponível e rela¬xada com uma única coisa em mente: levá-lo para a cama e fazer um filho com ele. Horas e horas de amor ardoroso e apaixonado.
— Está bem — Pepper respondeu com voz fraca.
Madame Babala sorriu, exibindo dentes perfeitos.
— Não haverá vergonha, nem inibições. Todas as possibilidades entre um homem e uma mulher serão exploradas, sem hesitação. Seu desejo florescerá de maneira a envolvê-la. O principal pensa-mento em sua mente será relaxar, desfrutar do prazer e deixar que a natureza siga seu curso...
— Madame Babala? — Pepper falava como uma me¬nina nervosa dirigindo-se à professora idolatrada.
— Sim?
Ela hesitou, e a húngara tocou sua mão com gen¬tileza e doçura.
— Por favor, querida, diga o que a está perturbando para que eu possa ajudá-la.
— E que... sou um pouco tímida com relação ao sexo e não sei se... se estarei confortável lembrando todas essas coisas que Luca e eu devemos fazer.
— E isso a deixa nervosa, e então aumentam os problemas relativos à concepção. Entendo. Bem, tam¬bém a colocarei sob sugestão para que esqueça tudo que ocorrer entre você e seu marido numa noite de amor. Não terá ideia do que aconteceu, e por isso con¬tinuará relaxada e confortável depois do sexo. Não sen¬tirá nenhuma ansiedade. Depois que engravidar, vol¬tará a me visitar e livraremos sua mente da sugestão. Está bem assim?
— Perfeito — Pepper animou-se.
Pat viu a irmã gêmea relaxar e deixar-se influenciar pela voz calma da técnica, ouvindo as palavras suaves e indutivas de madame Babala. Era difícil ver uma pessoa tão querida depositar toda sua fé e confiança nessa farsa da era moderna. Doía saber que sua vul¬nerabilidade era intensa a ponto de persuadi-la a acei¬tar qualquer tipo de tentativa.
Mas se servisse para aliviar a mente atormentada de Pepper, quem era ela para julgar?
Bem, meu trabalho aqui está feito. Pat escolheu uma poltrona confortável atrás da húngara e fechou os olhos. Havia sido uma manhã exaustiva desde o mo¬mento em que a irmã telefonara em prantos, e con¬fortá-la fora uma tarefa desgastante. Para coroar os esforços, ainda tivera de acompanhá-la ao tão estranho e discutível compromisso.
Quando estava quase adormecendo, Patrícia ouviu Madame Babala sussurrar: Pimenta do reino...
— Esta noite verá tudo isso funcionar — Deva previu com um sorriso malicioso.
As três estavam sentadas na mesa da cozinha, be-bericando copos de chá gelado.
— O que achou dela, Pat? — Pepper quis saber. Ela é uma fraude. Mas não podia ferir a irmã ma-nifestando sua desconfiança em voz alta.
— Foi bastante intensa.
Aí estava. Uma opinião suficientemente neutra.
Pepper sorriu, mas Patrícia podia ver que não con¬seguira enganar Deva. Mais tarde, quando as duas seguiram para seus respectivos carros, Deva abordou o assunto.
— Não quero que pense que estou tentando oferecer falsas esperanças à sua irmã, ou magoá-la de alguma maneira.
— É claro que não acredito nisso. É só... hipnose?
— Coisas estranhas têm acontecido. Nunca assistiu ao "Arquivo X"?
— Não acredito nessas coisas.
Deva parou, prestes a inserir a chave na fechadura.
— Está falando sério?
— Estou. Aprendi uma lição muito dura sobre a realidade corn meu pai.
— Eu sei. Pepper já me contou como eram as coisas quando vocês estavam crescendo. Deve ter sido duro.
— Pode apostar nisso. Deva hesitou:
— Você é uma grande irmã, Pat. Pepper a adora.
— Eu sei. Apesar de não acreditar nessa história de hipnose, não podia decepcioná-la. Mas às vezes... esperança pode matar, sabe?
Deva afirmou com a cabeça, e em seguida virou-se e abriu a porta do carro. Patrícia fez a mesma coisa, e logo estava ultrapassando as ruas da cidade e vol¬tando para casa.

Peter Devereux chegara à cidade com uma missão. Tinha de comprar o sémen de um certo boi na próxima semana, mas, até lá, descobrir-se preso em Las Vegas à espera do reprodutor não era exatamente a mais dolorosa das experiências.
Havia jogado nos dados e vencera. Experimentara o pôquer e havia perdido, e agora, depois de um banho e uma barba bem feita e de um jantar farto e delicioso, estava pronto para lançar-se à caça.
Estava pronto para uma mulher.
Uma mulher bonita, interessada e simples. Uma mulher que pudesse fazê-lo esquecer todo o trabalho do rancho, e perceber quanto estava perto de final¬mente realizar seu sonho.
Sémen de boi podia não parecer o maior dos negócios para a maioria das pessoas. Na verdade, podia parecer até um pouco repulsivo. Mas, para um rancheiro e criador de gado que estava prestes a cruzar algumas de suas melhores vacas com os dotes genéticos de um dos maiores campeões de todos os tempos, bem, esse era um negócio simplesmente magnífico.
— Ei, amor. — Uma prostituta num vestido curtís¬simo e colorido chamou-o.
Peter examinou-a dos pés à cabeça com um olhar insolente, o cérebro entrando em ação provocado pela curiosidade. Estaria usando alguma roupa íntima?
A julgar pelo tamanho do vestido, era pouco provável.
— Ei, beleza — ele respondeu. A jovem jogou a cabeça para trás e riu, balançando os longos cabelos ruivos.
— Está esperando alguém?
Devereux afirmou com a cabeça, certo de que ela não era aquilo que procurava. Sempre tivera uma que¬da por ruivas, e quanto mais quentes e selvagens, me¬lhor. E esta noite, tinha a sensação de que teria sorte e dormiria saciado, nessa ordem.
Sem ligações complicadas. Sem a necessidade de aplacar mulheres sensíveis. Sem famílias a conquistar. Estava bem perto desse sonho, e não queria ninguém, especialmente uma mulher, para prejudicar tudo.
Annie havia tentado. Fora louco por ela, mas ela lançara-se à tarefa de mudá-lo no exato instante em que o padre os pronunciara marido e mulher. Gostava de jeans e botas, ela queria um rapaz da cidade ves¬tindo terno e gravata. Gostava de chilli, ela queria champanhe.
O único lugar onde entendiam-se era o quarto, e esse entendimento não havia sido suficiente para fazer o casamento dar certo.
Durante o divórcio, ela tentara destruí-lo tirando aquilo que mais amava: o rancho.
Havia perdido o processo e recomeçado do zero. Mas Annie não conseguira destruí-lo naquele momento, e nenhuma outra mulher seria capaz de destruí-lo agora. Tornara-se mais seletivo com relação à luxúria, e ten¬tava guiar-se pelo cérebro, não por seu ferro de marcar.
Peter não demorou muito a encontrar o bar que pro¬curava, e riu muito ao ver como se chamava.
O Ferro de Marcar.
Um luminoso de néon mostrava um vaqueiro ao lado de uma vaca, e o ferro movia-se para a frente e para trás, para a frente e para trás, enquanto o caubói mar¬cava essa determinada rês para a eternidade.
A música country tocava alta no interior do recinto, e o aroma de comida temperada e quente ultrapassava os limites da porta, invadindo a noite. Gargalhadas tornavam a excitação que pairava no ar quase palpável.
O balcão das bebidas ficava à direita da porta, bem no meio de todo o movimento, e o lugar estava repleto de corpos quentes e mulheres lindíssimas. Peter sorriu. Encontraria a ruiva doce e fogosa com quem passaria a noite, encerrando oito longos meses de celibato.
Esta era sua noite.

Ela estava tomando uma ducha e imaginando o que fazer com o resto de sua vida.
Agora que a crise de Pepper acabara, pelo menos por enquanto, Pat envolveu-se num roupão felpudo, enrolou os cabelos molhados numa toalha e desceu.
A geladeira estava tão vazia que a visão chegava a ser deprimente. Era uma típica garota da cidade com duas cervejas e um pé de alface murcho para o jantar. Esse era o problema de ter uma irmã gémea com gran¬des dotes culinários. Jantava mais vezes na casa de Pepper do que gostaria de admitir.
Quando Luca juntara-se à família, um verdadeiro co¬zinheiro, havia adquirido o hábito de jantar na casa da irmã e do cunhado todas as noites. Mas ultimamente desistira dos prazeres da mesa de Pepper, temendo con-tribuir para a tensão existente entre marido e mulher.
Precisa começar a cozinhar mais. Droga, precisa aprender a cozinhar, ponto final. Pat, já é hora de co¬meçar a esforçar-se. Sair mais, conhecer alguns homens...
Pensou em jantar uma cerveja, mas fechou a porta da geladeira e suspirou. Detendo o fluxo deprimente pensamentos, apoderou-se do controle remoto e ligou a tevê. '
Uma repórter perfeitamente penteada e maquiada tava parada na porta de um bar, falando.
—...o mais novo bar dessa região, com um registro fenomenal de encontros e romances! Muitos jovens casais saem daqui diretamente para uma das muitas capelas que tornaram essa cidade famosa.
Que belo teste de compatibilidade!
— Terry, o que a fez se casar com Mark? A loira riu.
— Ele tem um traseiro lindo! Patrícia quase chutou o aparelho de televisão ao ouvir as palavras fúteis da jovem com aparência idiotizada.
— E esta é a noite das mulheres, minhas caras ami¬gas solitárias. Drinques gratuitos para qualquer uma com coragem suficiente para enfrentar essa multidão, petiscos deliciosos e um prémio especial para a pri¬meira ruiva que passar por essa porta.
A notícia a fez parar antes de mudar o canal.
Não estava interessada nas bebidas e no prémio. Só queria os petiscos.
Havia sido um dia terrível, e de repente não queria mais passar a noite sozinha em casa.
Que tipo de comida estariam oferecendo?
— ... asas de frango fritas, fajitas, guacamole, tacos, tostitas, chilli do Texas...
Feito!
Patrícia subiu a escada aos saltos sem olhar para trás.

Mantinha os olhos na porta desde que chegara, aten¬to a todas as ruivas que entravam, mas ainda não vira sua escolhida.
Está ficando exigente demais, Devereux. Escolha de uma vez! Está com medo?
O divórcio fizera isso com ele. Annie havia arrancado o coração de seu peito e deixado uma pedra em seu lugar. Passara muitos meses andando pelo mundo sem rumo, ator¬doado pelo choque e pela dor. Emocionalmente destruído.
Então a raiva viera à tona e tivera certeza de que conseguiria. Havia posto tudo que tinha no rancho, quase matando-se na tentativa desesperada de fazê-lo produzir.
Recomeçara do nada.
Cinco anos mais tarde, era sócio do primo em mais um rancho produtivo. O sonho de criar gado campeão estava prestes a tornar-se realidade.
Mas enquanto lutava para realizar esse sonhç, sim¬plesmente esquecera suas necessidades físicas. É claro que saíra com uma ou outra mulher de vez em quando, mas nada de maneira regular.
Uma noite selvagem com uma mulher fogosa a cada oito ou dez meses não era nada que merecesse uma carta para casa. O rancho ocupava quase todo o tempo, mas no fundo Peter sabia que esse não era o verdadeiro motivo. Sentira-se incapaz de lidar com as mulheres, com o que queriam e o que podiam fazer com um ho¬mem. Por isso mantivera-se longe delas, exceto por algum encontro casual de meio de noite.
Não queria envolver-se com ninguém, mas no cami¬nho para Lãs Vegas decidira começar a desfrutar da agradável companhia feminina em bases mais regu¬lares. Viera à cidade com alguns dias de antecedência exatamente para encontrar um pouco de ação. Cair na cama com a mulher mais desejável que conseguisse encontrar era sua prioridade máxima.
Sabia que alguns conceitos masculinos eram quase cruéis, mas de uma coisa faria questão. Seria completamente honesto com a mulher que encontrasse esta noite, e não prometeria mais do que sentia-se capaz oferecer. Nunca mentira para uma mulher a fim de levá-la para a cama; considerava-se simplesmente íncapaz no campo do romance e do compromisso.
Annie destruíra essa capacidade.
Não tinha falsa modéstia com respeito ao que podia oferecer a uma mulher. Era um homem que vivia perto natureza, e adquirira seus músculos bem definidos e másculos através do trabalho duro, não pelo uso de tecnicas modernas e equipamentos de última geração. Era primitivo e sensual como a maioria das pessoas que cresciam lidando com a terra. A forma humana, especialmente a feminina, era, em sua opinião, a mais perfeita criação de Deus.
Estava tenso e ansioso.
Mas manteria o controle.
Então ela entrou por aquela porta e um único olhar foi suficiente para deixá-lo boquiaberto.

— Onde está a comida? — Pat perguntou ao porteiro.
— Seu cabelo é natural? — ele devolveu.
— O quê?
— Usa alguma tintura?
— Não!
— Está disposta a provar? Pelo prémio extra. Ela cerrou os punhos e pressionou-os contra o peito amplo do segurança.
— Não se meta comigo — disse por entre os dentes. — Estou cansada, com fome, e quero aqueles petiscos agora! Onde fica o bufe?
— Bem ali — ele apontou, como se o prémio e a verdadeira cor de seus cabelos já não tivesse nenhuma importância.
— Obrigada — Patrícia riu, virando-se e seguindo na direção do tão sonhado jantar.
Cabelos da cor do pôr-do-sol. Pernas tão longas que valia a pena morrer por elas, e um espírito de combate simplesmente impressionante.
Já podia imaginá-la entre os lençóis.
Estava no paraíso.
Estava desesperado, sentindo que uma determinada parte de seu corpo despertava subitamente e o impelia a agir, enviando mensagens urgentes e sexuais ao cérebro.
Peter levantou-se do banco ao lado do balcão do bar e dirigiu-se ao bufe.
Estava enchendo o prato de comida, sem preocupar-se com a possibilidade de parecer uma morta de fome sem educação. Jamais tivera problemas com as calo¬rias, e sempre havia sido uma comilona. Havia sido um dia difícil, tenso, e agora iria terminá-lo com um jantar altamente calórico e emocional.
Um jantar que jamais conseguiria preparar.
— Olá.
Ela ergueu a cabeça e viu o caubói.
— Vá embora.
— O quê?
— Disse para ir embora. — Mais uma asa de galinha aterrissou no prato lotado.
Ele ainda estava lá quando Patrícia virou-se, o prato à frente dela como uma barricada protetora.
— Posso pagar um drinque? — o vaqueiro ofereceu. Havia uma impressionante determinação nos olhos azuis e profundos.
— Meus drinques são gratuitos. E a noite das mu¬lheres, lembra-se?
— Posso ir buscar um para você? Ela suspirou. O sujeito era até bonito, e tinha uma masculinidade que só os vaqueiros possuem.
— Escute, isso não é nada pessoal. Vim aqui em busca de comida, tive um dia simplesmente horrível, e só quero comer muito e ficar sozinha.
— E mesmo?
— Pode apostar nisso.
— Pois hoje vim à cidade depois de alguns anos horríveis, e só quero me divertir.
O brilho em seus olhos deixava claro a que tipo de diversão referia-se.
— Não estou interessada.
— Mas eu estou. Você é a mulher mais bonita que entrou nesse lugar, e ficarei encantado se me deixar ir buscar um drinque para acompanhar toda essa comida.
Patrícia estudou-o. Peito largo, muitos músculos... Sim, músculos por todos os lados. O sujeito era duro como uma rocha. E era bronzeado, rígido e estava pron¬to para tudo.
Por um momento chegou a considerar a oferta. Não a do drinque. A outra. A proposta silenciosa que ficara tão clara em seus olhos.
Em seguida amedrontou-se.
— Um drinque?
— Um drinque.
— Só isso?
— Juro que sim.
— Só falta dizer que sua mãe o criou para sempre respeitar uma dama.
— Não, moça. De onde venho, todos nós aprendemos isso por conta própria.
Patrícia sorriu para o desconhecido.
— Está bem. Um drinque, e depois me dedicarei ao jantar.
— Combinado.
Rápido, o vaqueiro charmoso tomou o prato de suas mãos, enlaçou-a pela cintura e guiou-a até um dos bancos de madeira junto ao balcão do bar.

Não conseguia lembrar de ter se divertido mais em nenhuma outra noite. Ela era divertida, espirituosa, uma verdadeira surpresa. Comia como um leão, mas evidente-mente queimava todas as calorias. Gostaria de ajudá-la com o trabalho de esforço físico, mas co¬nhecia as mulheres o suficiente para saber que a es¬colha era sempre delas.
Não devia pressioná-la.
Ela ainda não havia dito absolutamente nada sobre si mesma, mas descobrira-se falando sobre o rancho, sobre o programa de acasalamento e como queria que tudo desse certo. E ela parecia realmente interessada
— Sabe — ela disse depois de engolir as últimas migalhas de guacamole e tortilla —, você é um grande sujeito. Quero dizer, qualquer outro teria passado o tempo todo tentando me arrastar para a cama, mas você se mostrou uma companhia muito agradável. Francamente, é o companheiro que todas as mulheres sonham encontrar.
Peter conteve o ímpeto de dizer que passara cada segundo pensando numa forma de pôr seu plano ori¬ginal em ação. Por maior que fosse sua determinação, estava quase admitindo a derrota.
Talvez ela aceitasse encontrá-lo no dia seguinte. Tal¬vez concordasse com um encontro, ou talvez...
Sinos de alarme começaram a ecoar em sua mente. Isso estava começando a ficar muito parecido com o início de um relacionamento, não como uma diversão inofensiva.
Era hora de parar. E tinha de ser duro.
Annie. Lembre-se de Annie.
E funcionou.
— Que tal o último drinque antes de irmos embora? — sugeriu, chamando uma das garçonetes.
— Perfeito — ela sorriu, empurrando o prato com ar satisfeito.
Parecia mais calma agora que acabara de alimentar-se, e Peter guardou a informação no fundo da memória.
Para quê? Não vai voltar a vê-la depois de hoje à noite.
Estavam dividindo uma jarra de Bloody Mary, e Peter refreou o impulso de pedir uma segunda jarra. Mais um drinque para cada um, e depois iria embora. Talvez a prostituta do vestido curto e colorido ainda estivesse na calçada. Ali estava uma garota que não exigiria compromisso.
Por outro lado, essa ruiva a seu lado não era do tipo que decidia ir para casa com um homem que aca¬bara de conhecer.
Devereux suspirou, sentindo-se subitamente velho e sozinho. Sozinho e em Las Vegas, contemplando uma noite de prazer com uma prostituta. E nunca havia pago por isso em sua vida.
Estava descendo cada vez mais baixo.
A garçonete aproximou-se com as bebidas e levou o prato vazio de Patrícia.
Peter ergueu o copo para um brinde.
— Não me lembro de outra noite tão divertida. Você é única — disse.
Pat bebeu um gole do drinque e riu com vontade.
— Não sou única — disse. — Na verdade, tenho uma irmã gêmea.
A fantasia de sua vida tomava forma diante de seus olhos, e de repente teve de acalmar-se com um balde imaginário de água gelada.
— E mesmo?
— Sim, é verdade.
Horrorizado, ele viu os olhos da ruiva encherem-se de lágrimas, mas ela piscou até afastá-las e bebeu mais um pouco do drinque.
Se havia uma coisa com a qual não sabia lidar era com uma mulher em prantos. Bois, touros, cavalos, estouros de boiada, tudo isso fazia parte de sua vida. Mulheres? Simplesmente o apavoravam.
Pensou nas novelas que Cookie assistia em sua co¬zinha, pensou no capataz e em como manobrava a in¬finidade de mulheres que passavam por sua vida.
— Não quer falar sobre isso? — disse, afastando-se das ideias que desfilavam por sua mente e forçando-se a assumir uma expressão calma.
Parecia tão grata que sentia-se emocionado.
— Obrigada. Não. E... ela é minha irmã, e o assunto é bastante delicado, além de particular.
— Entendo — Peter respondeu, afagando a mão dela como se os dedos tivessem vontade própria. — Estava falando sério. Não me lembro de ter passado outra noite tão divertida. — A afirmação vinha do coração, pois estava absolutamente certo de que não se veriam em um futuro próximo.
— Que bom — Patrícia respondeu, bebendo mais um pouco do drinque. — O Bloody Mary daqui é ex¬celente, não acha?
Peter acomodou-se no banco e descobriu que estava mesmo se divertindo, agora que a tensão desaparecera. Encontraria a prostituta do vestido curto e pensaria nessa ruiva de pernas longas que tanto o encantara.
— Não. O meu é muito melhor.
— Realmente?
— Sempre que bebo um Bloody Mary nessa cidade, acabo pedindo ao garçom para prepará-lo à minha maneira.
Ela riu, afastou uma mecha de cabelos que caía sobre sua testa e inclinou-se para a frente.
— Qual é o ingrediente secreto?
— Pimenta do reino.

Espero que tenham gostado, abaixo ensino onde e como baixar esse livro.

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